sábado, abril 17, 2010

Tamponamento Cardíaco

O tamponamento cardíaco ocorre quando a pressão pericárdica excede a pressão intracardíaca, causando diminuição do enchimento pela compressão das câmaras (com redução do débito cardíaco e pressão arterial). É importante dizer que a fisiologia do tamponamento está na dependência da inspiração porque durante esta fase a pressão intratorácica diminui, resultando num aumento do enchimento das câmaras direitas, com conseqüente restrição ao enchimento das câmaras esquerdas (pulso paradoxal). Acrescenta-se ainda que o tamponamento ocorrerá de acordo com a velocidade de acúmulo em dentrimento de um maior ou menor volume de líquido.

Diagnóstico ao ecocardiograma:

1. Colapso sistólico do átrio direito
A inversão da parede livre do átrio direito acima de 1/3 da sístole é sensível e específico para o diagnóstico de tamponamento.

2. Colapso diastólico do ventrículo direito
O colapso diastólico do ventrículo direito pode não ocorrer se a parede estiver espessada por alguma condição, e é menos sensível, porém mais específico que o colapso sistólico do átrio direito.

3. Mudanças respiratórias recíprocas dos volumes ventriculares
No tamponamento o volume cardíaco total é fixo. Nestas condições, o aumento do enchimento inspiratório do lado direito é acompanhado de uma diminuição recíproca dos volumes esquerdos (aqui se verifica o movimento paradoxal do septo interventricular). Já na expiração há um aumento relativo do enchimento esquerdo, em comparação com o coração direito. Estas mudanças nos volumes se acompanham de mudanças nas velocidades de enchimento ventriculares – os traçados de Doppler pulsado através das válvulas mitral e tricúspide retratam a citada oscilação.

4. Avaliação das pressões de enchimento do átrio direito
Avalia-se através da veia cava inferior (tamanho e variação respiratória). Quando dilatada e sem variação (pletora) infere-se uma pressão aumentada no átrio direito.

Uma questão importante é a diferenciação do tamponamento e pericardite constrictiva; em ambos há aumento da pressão atrial direita, nas pressões de enchimento dos ventrículos, porém no tamponamento é possível verificar as alterações respiratórias já citadas, além de pletora da veia cava, que não são vistos na constricção. Por outro lado, na constricção não há presença de volumosos derrames pericárdicos e sim espessamento pericárdico, há aumento nas pressões da artéria pulmonar (surge deflexão y proeminente na veia hepática; o doppler do fluxo venoso pulmonar mostra onda a proeminente e fase sistólica reduzida; há variação respiratória no tempo de relaxamento isovolumétrico e na velocidade de E).

Um comentário:

  1. Na paricardite constrictiva também ocorre variação respiratória dos fluxos mitral e tricúspide. Inclusive este é um dos critérios de diferenciação com miocardiopatia restritiva.

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